O diagnóstico da trombose venosa profunda deve ser iniciado pela anamnese e exame físico. Os itens de risco a serem considerados são: história prévia de trombose venosa profunda e/ou embolia pulmonar, câncer; paralisia, paresia, ou imobilização recente do membro inferior; recente confinamento no leito por mais que três dias ou uma grande cirurgia dentro de quatro semanas; sensação dolorosa localizada ao longo da distribuição do sistema venoso profundo; edema em todo o membro inferior; edema na panturrilha (mensurado de forma padronizada, por exemplo, de mais que 3 cm quando comparada com a perna assintomática, medido 10 cm abaixo da protuberância tibial); edema depressível (maior na perna sintomática); dilatação das veias superficiais (não varicosas); diagnóstico diferencial tão ou mais provável quanto a trombose venosa profunda.
A ultra-sonografia é o exame complementar de escolha para a confirmação da trombose venosa profunda. Confirmado o diagnóstico de trombose, iniciar o tratamento medicamentoso imediatamente.
Em resultados duvidosos, realizar a flebografia, caso esta confirme a existência de trombose iniciar tratamento imediatamente, não sendo confirmado o diagnóstico, procurar outras causas que justifiquem o quadro clínico. Nos casos em que a ultrasonografia não confirme a trombose, repetir a mesma em 3 a 7 dias ou realizar a flebografia, havendo confirmação da trombose, iniciar o tratamento imediatamente, não sendo confirmado o diagnóstico, procurar outras causas que justifiquem o quadro clínico.
Nos doentes com trombose venosa profunda nos quais o fator desencadeante não for identificado devem ser procuradas outras causas de trombose, por exemplo, trombofilia, neoplasia, etc.
Pode ser utilizada a escala para diagnóstico da trombose venosa profunda (Wells 1997, Anand 1998) como auxílio na anamnese e exame físico.
A ultra-sonografia para o diagnóstico de trombose venosa profunda nas veias femorais e poplíteas pode ser utilizada em modo cinzento, para as veias distais e ilíacas usar a ultra-sonografia color-doppler.
A dosagem de dímero-D no plasma de pacientes com suspeita de tromboembolismo venoso apresenta alta sensibilidade, porém baixa especificidade, podendo ser utilizada para excluir tromboembolismo venoso em pacientes, não internados, com ultra-sonografia normal, sem necessidade de repetição do exame, e em pacientes com baixa probabilidade de trombose venosa profunda pela escala de Wells.
Na impossibilidade de se realizar exames confirmatórios, diante da suspeita clínica o tratamento deve ser iniciado.
As indicações dos testes de trombofilia nos doentes com tromboembolismo venoso são:
- pacientes com menos de 50 anos sem neoplasias,
- pacientes com história familiar de tromboembolismo venoso,
- familiares jovens de pacientes com trombofilia,
- mulheres com história familiar de tromboembolismo venoso que estão grávidas, ou que pretendem engravidar, ou que pretendem tomar anticoncepcional, ou que pretendem reposição hormonal.